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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Primavera

Abro os olhos e vejo
A primavera a florir.
Neste brando Alentejo
Todo ele, a reluzir.

O mês de março a romper
Na sua brisa silvestre.
Toda a vida a renascer
De mau tempo, tão agreste.

Águas passadas não movem moinhos
(Lá diz o velho ditado)
Que por ser tão acertado
Abrem-se novos caminhos…

João Manuel Rosário de Matos
28 de fevereiro - 2013



quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Margem de Sonhos - Video


Um agradecimento muito especial à Zita Ribeiro, pela magnifica produção deste video!
Muito obrigado, Amiga!

Escrever Sonhos

Escrever sonhos como escrevo,
Não é arte nem saber.
É planície onde me elevo
Somente para te ver.

No horizonte dos sentidos,
O teu semblante é risonho.
E os meus olhos esbatidos
Escrevem palavras de sonho.

Na mania de escrever
O teu aroma marinho,
Desbravo qualquer caminho
Somente para te ler.

JMRM
18.02.2013




Ciências Sociais - UAB

Depois da concretização de um sonho, surge outro sonho: a licenciatura em Ciências Sociais na UAB.

Ciências Sociais
Um novo rumo
Um novo sonho
Porque os sonhos nunca se esgotam
Nunca são demais...


Margem de Sonhos - Slides de Apresentação


Agradecimentos muito especiais aos meus amigos:

Eduardo Mariano Esteves - Autor do Power Point

Zita Ribeiro - Produtora do Video

Margem de Sonhos - Texto de Apresentação de João Florindo no CAC de Ponte de Sôr



1.      Boa tarde a todos!
      O Alentejo é silêncio, mas não é solidão, é solidário…. É por isso que estamos aqui hoje… O lançamento de um livro é um momento de vida feliz; há nele qualquer coisa de estranho na expetativa que envolve o seu autor, a(s) sua(s) temática(s), o(s) seu(s) local (-is) de apresentação e até os silêncios ou os risos respeitadores das opiniões daquele que sobre a obra fala…

2.         Quando em Julho de 2010 no Pré-lançamento de Ester Leão Uma Actriz da República de minha autoria na XIX Mostra de Artesanato, Gastronomia e Actividades Económicas do Concelho de Gavião, fui procurado por uma amigo, que há bastante tempo não encontrava, pois as vicissitudes da vida para isso nos impelem… dizendo-me que tinha produzido um conjunto de escritos, mas não sabia se tinham valor para serem publicados. Predispus-me a ajudá-lo, pensando no meu próprio caso em que a insegurança, o medo do público ou da crítica pudessem matar à nascença o que ainda mal tinha nascido…
            Ao longo de um ano e-mails, SMS, telefonemas e alguns breves encontros, em que foram trocadas ideias, situações, sugestões e experiências na base do respeito pela identidade criadora, aceitando conteúdos e dando apenas pequenas pinceladas formais…
            A obra nasceu e quis o destino que Margem de Sonhos fosse apresentado pela 1ª vez a público no mesmo certame e no concelho de ambos, em que eu no ano anterior tinha lançado mais um pequeno e último opúsculo….
            O seu autor, o meu amigo João Matos, mais conhecido por Serôdio, entretanto convidara-me a escrever um texto para introdução do seu, agora já livro, conjunto de escritos….

3.         Naturalmente acedi, era quase impossível não o fazer e saiu Em Jeito de Prefácio Tradição e Modernidade em Margem de Sonhos... Não mais do que uma leitura apriorística de quem apenas tinha lido antes de todos os outros leitores o resultado da dedicação quase inflamada e incansável do João Matos e que na versão publicada aparece mesmo como Prefácio.
            Para esse introito baseei-me, refletindo, nas investigações de autores que respeito e aprecio com obra produzida sobre as coisas da cultura, desde logo começando por louvar o nosso Nobel José Saramago falecido em Junho de 2010 e a epígrafe do Ensaio sobre a Cegueira (1995) caía como sopa no mel para introduzir desde logo algumas linhas de força de Margem de Sonhos como a memória da vida e esta com responsabilidade….

4.         A temática da memória é cara a antigos e a modernos e queria destacar o estudo do meu grande amigo Professor Luís Martins Fernandes, sobre Miguel Torga, outro dos nossos grandes mestres…
            Expressões da Identidade Nacional em Miguel Torga, no Prelo, a publicar pela Fundação Calouste Gulbenkian por estes dias…

5.         Não podia olvidar no séc. XIX, Mouzinho da Silveira, alentejano de Castelo de Vide, personalidade maior da nossa história que à freguesia de Margem é grato, e que nas suas ações interventivas em prol da nossa sociedade lhes atribuiu um caráter social, mais profundo e fecundo que o da intriga pessoal, ou de sonhos doutrinários ou dinásticos…

6.         Trouxe, na Tradição Popular também à liça talvez o maior escritor gavionense de todos os tempos, Pequito Rebelo, pelo seu apego ao Ultramar, para ele uma tradição bem portuguesa… e pela ligação a outra linha de força de Margem de Sonhos, a da Guerra Colonial…

7.         A temática da Viagem, física ou mítica, a pé, de carro de aluguer, de barco ou comboio… é recorrente na Literatura Portuguesa, para isso muito contribuiram os Descobrimentos e toda uma produção dos relatos marítimos… Fernão Mendes Pinto, Camões, Diogo do Couto, Pêro Vaz de Caminha entre outros… No século XIX, queria destacar as Viagens na Minha Terra de Almeida Garrett que por sua vez tinha bebido de Xavier de Maistre, no Séc. XVIII, e da Viagem ao Redor do meu Quarto. No séc. XX Fernando Pessoa dizia: “Viajar! Perder países”, talvez pela sua vivência na África do Sul e pela distância da pátria lusa….

8.         Desculpem-me a imodéstia, mas queria citar duas obras de minha autoria sobre o maior dramaturgo gavionense, Francisco Ventura, a 1ª Francisco Ventura: Dramaturgo do Efémero e do Eterno e Francisco Ventura: Um Dramaturgo Popular, título de Tese de Mestrado sobre um quadro do artista plástico gavionense Eduardo Mariano. Francisco Ventura cujas obras pisaram palcos como o Nacional, ou abriram longos caminhos radiofónicos e até estrearam teatro na TV… obras exemplares daquilo que eu classifico como cultura popular…

9.         Dentro da mesma temática, cito ainda duas obras de autores intimamente ligados à freguesia de Margem, João Galinha Barreto e os seus Caçadores de Paixões, 2010…

10.       E Natália Mª Lopes Nunes da Graça, Formas do Sagrado e do Profano na Tradição Popular (Literatura de Transmissão oral em Margem [Concelho de Gavião]), 2000… exemplos de manifestações culturais ligadas à festa popular…
            Deixemos o Prefácio, voltemos a Margem de Sonhos e observemos o produto final: Edição de Autor, o que demonstra audácia, apesar dos apoios institucionais da CMG, Junta de Freguesia de Margem e REFER, a quem agradece…
            Capa fora do comum pela tonalidade escolhida e pela imagem sobre o real…
            Badanas à moda antiga, 1 com pequena ficha biográfica e fotografia esbatida do nosso autor, a outra, homenagem a Mouzinho da Silveira com imagem do seu busto erigida em Vale de Gaviões, freguesia de Margem…
            Sinopse na Contracapa…
            Dedicatória emocionada à família mais chegada…
            Explicações e Agradecimentos para não haver melindres… a quem o ajudou e a alguns dos protagonistas….
            1 Introdução, justificações em apurada prosa poética…
            31 Capítulos, todos com um pequeno texto como ponto de partida para a história que irá ser narrada…
            20 Notas de rodapé, explicativas, apontando para a consulta de fontes…
            21 Créditos fotográficos, muitos do seu espólio pessoal e familiar, mas também de terceiros a quem no final agradece….

11.       Observemos o Índice para ver o que vos espera

12.       Foi aqui que tudo começou, no Hospital D. Mariana… em Gavião… agora transformado em Lar de 3ª idade… propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Gavião com um trabalho de solidariedade notável, local de nascimento do nosso autor que remete já para a perspetiva autobiográfica de Margem de Sonhos…

13.       Imagem que aponta para uma das linhas temáticas mais fortes a da Família, com respeito como manda a Tradição…

14.       Linha de força fundamental, a Escola, memória também da infância, dos seus companheiros de aprendizagens e maroteiras (o Zé-Meia-Noite, a Umbelina, o Chico Preto, a Joaquina ou o Tonho Patife…), a que dá destaque nas histórias narradas; queria chamar atenção para outro protagonista desta linha de força, a Profª Maria Clara Correia, aqui presente a quem presto a minha homenagem, não há escolas sem Professores, não há memórias de infância sem essas recordações que nos marcaram…

15.       Para além da Professora outras figuras gravitavam na época, o Pe. Manel, Pároco da freguesia de Margem e Professor em Ponte de Sôr, o Dr. Mário de Almeida, médico da freguesia e Delegado de Saúde de Gavião. Poderia citar outros, por Exº o Carteiro Herculano ou o velho Tanicha poderiam perfeitamente figurar nesta caracterização local de protagonistas e figurantes….

16.       A Guerra Colonial e dois dos seus protagonistas, João Serra dos Santos (conhecido como João Barreto, alcunhado de João Fataça e/ou o Rei da Cuca), e o Furriel José António Rodrigues, nosso conterrâneo, quase parente, heroico e saudoso, nela desaparecido, merecedor de ser relembrado…
            Margem de Sonhos presta assim uma sentida homenagem a vivos e a mortos…

17.       Da Guerra Colonial ao 25 de Abril e deste a Salgueiro Maia, outra linha temática bem inserida em Margem de Sonhos… Salgueiro Maia, personagem principal da nossa História recente na passagem da noite escura para a manhã clara como apontava Sophia de Mello Breyner Andresen... que aqui aparece numa faceta desconhecida do grande público, a da ligação familiar e laboral a Torre das Vargens…

18.       Em Margem de Sonhos a temática da viagem está muito presente, tirando as de comboio, efetivas, as outras são sonhadas, à semelhança de Xavier de Maistre, à volta do quarto de João Matos.

19.       A Festa, sagrada e profana, mas sobretudo popular em prol de um objetivo prioritário: neste caso o de angariar fundos para a construção do Posto Médico, Igreja e Casa Mortuária… uma realidade possível pela entreajuda e esforço de muitos na senda do Bem Comum
            Se Margem de Sonhos não é um tratado da cultura superior para as elites emergentes e rodopiantes, antes pelo contrário é reflexo popular, porque o povo é o esteio da nossa identidade. Entre outras qualidades, não dispensa leitura e reflexão, porque apresenta ambiências, gentes com seus rituais e festas… um enraizamento telúrico e a autenticidade da cultura popular, aquela que há muito defendo, estudo e difundo, porque se a arte é o espelho do povo, Margem de Sonhos é, também, o reflexo do povo alentejano, de Margem ou de Gavião, de Ponte de Sôr, em suma do nosso Alentejo, que é silêncio, mas não solidão, é solidário até nos sonhos de Margem… alguns concretizados.
            E nada mais digo sobre o conteúdo, porque senão ninguém vai ler MS, fica em suspense

20.       Umas palavras para o nosso novel autor, João Matos que em Margem de Sonhos, cria um processo também de autodescoberta, a frequência e a validação de competências nas Novas Oportunidades ou a adoção do Novo Acordo Ortográfico, recheado de afetos, com uma escrita atual, simples, direta, nada densa, originando uma obra com mérito, obra de parte de uma vida, que espero tenha continuidade, porque se as palavras são importantes, mais importantes são o que metemos dentro delas, o coração!
            Margem de Sonhos deixou de ser DELE e passou a ser NOSSO!
            Votos de felicidades pessoais e profissionais, com um abraço… do João Florindo
            Uma palavra final para o patrono deste encontro o município de Ponte de Sôr e o Centro de Artes e Cultura que não conhecia, um município que aposta na cultura é com toda a certeza um município mais rico…

João Manuel Alves Florindo

Margem de Sonhos - Professor João Florindo


Para concretizar este sonho, muito agradeço e devo ao professor e meu grande amigo, João Manuel Alves Florido. Um conterrâneo Gavionense. Homem das letras, com duas obras publicadas: "Francisco Ventura - dramaturgo do efémero e do eterno" e "Ester Leão - Uma Actriz da Republica". Duas figuras da cultura nacional e com raízes também Gavionenses..
Foi João Florindo; que durante cerca de um ano, me ajudou incondicionalmente com todo o seu apoio e saber, sugestões, incentivo, revisão de textos e ainda escrevendo o prefácio de Margem de Sonhos, com o titulo: TRADIÇÃO E MODERNIDADE EM MARGEM DE SONHOS, que só veio engrandecer a obra.
O seu apoio foi tão grande e inexcedível que não terminou com a edição do livro. As várias sessões de apresentação do livro foram por ele conduzidas, com excepção da sessão de lançamento em Gavião, em que não esteve presente, por motivos de saúde. Mas mesmo aí, a sua mensagem foi lida pelo vereador da CMG, Hipólito Reis. 
O meu agradecimento especial e profundo a João Manuel Alves Florindo, com um abraço do tamanho da nossa amizade!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Margem de Sonhos - Sinopse

Esta viagem é um retrato no tempo, composta por variadas reproduções do antes e do pós 25 de Abril de 1974. O ensino primário de 1972 a 1976: Dois períodos e dois regimes da nossa história. Numa época de transição em que os métodos de ensino, pautados pelo respeito e pela aprendizagem, ainda culminavam com rigorosos exames na 4ª classe.
A paisagem retratada adquire diversas tonalidades, ora doirada e reluzente pelos reflexos dos momentos vividos no seio familiar, alindados por um vasto leque de genuínas amizades, ora cinzenta e ofuscada pelos dramas e tragédias da Guerra Colonial.
Na azáfama da vida onde se cruzam tantas outras vivências, o povo com os seus costumes e tradições, apesar das agruras, assume papel fundamental. Qual pobreza? Prodígio! A riqueza, a natureza humana daquele tempo...
Da estação de partida à festa da vida... porque vivida por gentes boas e gratas, que não se esquecem, as da Ribeira de Margem!
E a viagem termina, precisamente em festa, no ano de 1983. Tempos áureos os desta Margem de Sonhos.



Margem de Sonhos - Introdução

Brioso, revivi histórias maravilhosas. Principalmente, quando as relacionadas com a minha infância, começaram a emergir no papel. 
Escrevi, escrevi e escrevi… cada vez com mais entusiasmo e prazer, a modos de se tornar viciante. E enquanto escrevia, pensava: a minha vida dava um livro. Como qualquer outra vida. A única diferença, é que cada vida, dá sempre um livro novo. Distinto. 
Este, relata partes de mim, da minha gente e do meu povo. A paixão pelas origens. Coisas de antigamente. Pequenos retalhos de vidas, pegados uns aos outros, que nos consagram um corolário de memórias, num tempo que já não existe… 
No fundo, uma viagem no tempo, onde as palavras se tornam caminho. 
Da minha mente brotaram lembranças de sonho. 
E penso: de quantos sonhos será feita uma vida? 
A escrever, aprendi a brincar com as palavras e a sonhar com os pensamentos. Uma vida é repleta de sonhos! E aprendo a escrever, escrevendo.
Este livro é uma espécie doutra margem de mim.


Margem de Sonhos - Abrantes





















Margem de Sonhos em Lisboa - Santa Apolónia - 25.11.2011














domingo, 24 de fevereiro de 2013

"Margem de Sonhos" em Margem - 22.10.2011

Vale de Gaviões - sede da freguesia de Margem
Junta de Freguesia de Margem
Fotografias 
O público
O Presidente da JFM abrindo a sessão
O próprio
Aplausos...
O presidente da Junta de Freguesia de Margem
O presidente da Câmara Municipal de Gavião
Familiares e Amigos
O discurso do presidente da CMG

A profª Maria Clara Correia
O prof. João Florindo - Autor do prefácio e apresentador
O final da sessão
Os agradecimentos e cumprimentos
Com o meu Amigo José Manuel