Estrela de Março

Navegando na noite, calada, à deriva…

Perdido, na rota das marés desconhecidas,

As estrelas cintilaram embevecidas

Nos meus olhos, sorrindo para ti, altiva!

Pergunto: Terá sido vaga intempestiva?

Por trazer no olhar o vasto céu azul

E a imensidão do mar, de norte a sul.

Diz-me; musa dos meus sonhos, minha diva!

O Sonho! O que é o sonho, minha querida?

De quantos sonhos será feita uma vida...

Tantos, como os segredos de uma semente!

A germinar primaveras… e as andorinhas?

Que chegam em bandos, feitas rainhas!

E tu, Estrela de Março, vieste tão serenamente…

João Rosário Matos

26.03.2013

Imagem: Margem de Sonhos

Dia Mundial da Poesia

Os teus poemas são feitos de magia

Tal eclosão das primaveras airosas.

As tuas palavras são sonho e fantasia,

Rubis: mil e uma pedras preciosas…

Os teus poemas compostos em melodia

São partituras suaves, da cor das rosas.

Como o sol maior, das rimas e das prosas,

A temperar os teus versos à luz do dia.

Trazes o despertar da primavera

No teu regaço. Essa sonhada quimera,

Graciosa, em teu perfume alfazema.

Lavanda de fragrâncias, que extasia…

E, porque hoje, é Dia Mundial da Poesia

Eu te dedico, com afeto e alegria, este poema!

João Rosário Matos

21.03.2013

Imagem: Eduardo Mariano Esteves

Dia do Pai

Pai

Daqueles que partem, só morrem os que são esquecidos.

Tu estarás sempre vivo no meu coração e presente na minha história de vida.

As coisas que me deste com dedicação e amor, tudo o que me ensinaste com sabedoria e carinho…

A ti, pai, que foste o melhor do mundo, dedico estas palavras.

Sei que vais gostar muito delas. Já pedi ao vento, para as levar até aí, ao céu. Réstias do passado, recordações cheias de saudade e amor.

Hoje, mais do que nunca, quero que me vejas a olhar para ti, pois este dia, é eternamente nosso...
Como este saudoso retrato: um simples momento do passado. Perpetuado, vivo e presente.

João Rosário Matos
19.03.2013

Eu?

Sou um eterno sonhador!

Todos os dias,

Vislumbro um mundo melhor, sem arrelias.

Como um ribeiro manso nas suas margens.

Choro, rio e canto, em saudosas viagens...

À noite adormeço no leito das minhas nuvens.

Voluptuosas e macias.

João Rosário Matos
17.03.2013

Gaivota Perdida

Revolvo nostalgias…

maré cheia de incertezas,

que arrastam nas profundezas,

teimosas da minha mente,

lembranças do passado.

Tristezas e alegrias,

em todos os meus dias,

vaga revolta, fria, ausente.

Sobrevoo rios e mares…

com uma asa presa a ti

em apegos emaranhados.

Ah… gaivota perdida…

que deambulas no céu azul

e te afogas no mar de sonhos.

João Rosário Matos

13.03.2013

Mulher

Um aroma suave

exalou das mãos do Criador,
quando seus olhos contemplaram
a solidão do homem no Jardim!
Foi assim:
o Senhor desenhou
o ser gracioso, meigo e forte,
que Sua imaginação perfeita produziu.
Um novo milagre:
fez-se carne,
fez-se bela,
fez-se amor,
fez-se na verdade como Ele quer!
O homem colheu a flor,
beijou-a, com ternura,
chamando-a, simplesmente,
Mulher!

Ivone Boechat

Existe Um Rio

Existe o aroma da natureza

A percorrer os teus sonhos da cor da primavera

Quando desperta a madrugada.

Dispo-te esse manto de seda que encobre a tua pele

(Gotas de água) os poros da tua pele

Que me refrescam.

Existe o encanto das palavras

Que tu crias em poemas cor de jasmim

Quando cai o entardecer.

Estendo um tapete de flores a teus pés

Que tu percorres a soletrar

(Silabas de poesia).

Existe a magia da noite,

Essa fábrica de sonhos límpidos

Quando as estrelas reluzem a bailar.

Dispo-te a alma nua, como a leveza do vento.

Trago-te à minha margem,

Nesse teu rio, onde navego…

João Rosário Matos

Junho de 2012

Foto: JMRM

Soneto de Sonhos

Um sonho é abrir asas para voar,

Um soneto, liberdade para escrever.

Nos sonhos podemos sobrevoar,

Rios e correntes de prazer…

Não há momentos como os sonhos.

Um sonho azul até nos convida,

A acreditar sempre risonhos,

Que o sonho comanda a vida!

Adormecido nesta paz d’alma,

Estendo meu corpo em maré calma

E abro o livro da minha vida, hoje.

Escrevo palavras de esperança,

Como os sonhos de uma criança,

Que os inventam lá de tão longe...

João Rosário de Matos

05.03.2013

Devaneio

Mostra-me

o encanto que existe

dentro do teu peito,

que eu desejo

em ondas de prazer.

Convida-me

a navegar na tua pele,

onde serei mestre

na rota das marés,

que eu desconheço.

Leva-me

a ver o mar

e a magia da noite...

pois quero contar as estrelas,

contigo, em devaneio.

João Rosário de Matos
04.03.2013

Vagueando...

Vagueio no tempo e nos acontecimentos.

Em mar revolto, navego à deriva; num barco velho, carregado de antiguidades, repleto de nostalgias.

As recordações são um vendaval de coisas soltas no ar.

Revolvo-me nos pensamentos, por vezes até à exaustão…

Tal e qual uma criança a correr atrás de um pardal ou de um sonho. Até nada mais, caber na minha mente.

Perco-me dentro de mim...

Respiro fundo. E, sem mais nem menos, como a luz de uma candeia a acender-se, dou comigo, finalmente, a pensar o seguinte:

Os homens nascem, morrem e renascem, como os pássaros, às vezes…

João Rosário de Matos

03.03.2013

Imagem: Google

Cantos e Recantos - Eduardo Mariano

Em 17 de Novembro de 2012, por ocasião, da exposição de pintura, de  Eduardo Mariano Esteves, no Cine Teatro Francisco Ventura, em Gavião. 

Um notável artista plástico e designer gráfico, mas acima de tudo um lutador pela vida. Um grande homem e amigo! Eis a minha singela homenagem, em palavras:

Tributo aos “Cantos e Recantos” de Eduardo Mariano

Gavião: tens outro encanto, quando o olhar

Se perde nos detalhes de teus cantos e recantos:

Fontanários, o Alamal, arte sacra e santos;

Ruas, ruelas, varandas e janelas: ocre de encantar.

Pasmo nas cores e traços de pinturas puzelistas

Que brotam d'alma colorida e serena do pintor.

Obras-primas. Arte. Cor. Pinceladas nunca vistas...

Pasmo nas imagens, sítios e contornos em redor.

Peça a peça, como puzzle em estilo inovador,

Quadros magníficos aos olhos do admirador.

Observe a obra de perto, suas formas e cores,

Afaste-se e vislumbre-se: vastos pormenores...

Persiste n'alma deste povo: honra, tradição e cultura.

Este Cine-Teatro, dá nome a Francisco Ventura,

Escritor, poeta, dramaturgo; daqui anfitrião.

Eis, aqui e agora, Eduardo Mariano!

Humilde e com destreza, a pintar quotidiano,

Os Cantos e Recantos desta vila: Gavião.

João Manuel Rosário de Matos

17 de Novembro - 2012

Hoje, apetece-me ver o mar

Hoje, apetece-me ver o mar,

Calmo e azul, no teu sorriso...

E o meu veleiro atracar,

Nesse teu porto de abrigo.

Hoje, apetece-me ver o mar

Calmo e azul, em prenúncio

De um beijo terno, a pairar…

Na onda fria do silêncio.

João Manuel Rosário de Matos

02.03.2013

Marejando

Vou indo

A marejar...

Procurando acalmia

Nas ondas do mar.

Em cada uma,

Me invade a bruma,

No sonho que invento.

Pois não desisto,

Enquanto avisto,

Teu sorriso cristalino

Neste mar imenso.

E, enfim, marejando

Não abandono

O meu barco azul,

Afinal sou dono

Do mar e do vento.

Ao meu leme sou timoneiro!

Mesmo em vaga de mau tempo,

Enfrento a tempestade.

E eis-me aqui por inteiro…

Ou serei apenas a minha metade?

JMRM

10.02.2013

Maré Vazia

Beijo-te.

Num abraço tão profundo,

Envolto na brisa do mar.

Avistamos o outro lado do mundo,

Como se vivêssemos

Um momento, chamado: sempre.

Sozinho no pontão,

Olho em frente, a vastidão…

E beijo a maré vazia.

João Manuel Rosário de Matos

23.02.2013